A reunião de amigos antigos com um objetivo comum é intrigante. Normalmente há discussões efusivas, há gargalhadas e histórias, muitas do passado que o grupo viveu. O objetivo comum é, você sabe, comer e beber bem, muito bem (para variar). O motivo é a França. O cardápio principal é “batatê gratinê” e mignon ao duo de funghi e béarnaise. De entradas tivemos endívias ao rocquefort (na verdade, gorgonzola que substituiu muito bem, diga-se de passagem), na farofa de nozes. essa receita é praticamente auto-explicativa. De sobremesa tivemos, ainda, um petit gauteau de chocolat com farofa de castanhas e sorvete de creme. Ufa! Pela cara do pessoal aí do lado ao final da peleja ficou claro que deu tudo certo!
A batata gratinada foi um sucesso. Mais uma receita do mestre Celidônio (sabores do mundo) que ganhou a noite. É simples: basta cozinhar as batatas (1kg, cortadas em rodelas e 1cm de espessura) em uma solução de 800ml leite com noz moscada, sal e pimenta do reino. As batatas devem cozinhar por 15-20 minutos ou até ficarem macias, mas não molengas e se desfazendo. Daí, escorremos as batatas e recuperamos 300ml do leite para fazer o creme. Depois de esfriar o leite, adicionamos uma colher sopa de manteiga e uma colher de sopa de farinha de trigo e mexemos até engrossar. Lembre-se que a farinha deve ser adicionada aos pouquinhos com o creme sempre mexendo para não empelotar. Adicione 250ml de creme de leite fresco e reserve.
Em um refratário, espalhe um pouco de manteiga e alho amassado para untar, coloque as batatas e cubra com o creme. Repita a operação até encher o recipiente. Polvilhe com queijo gruyère ralado (100g).
O filet mignon foi mais simples repeti a receita do molho funghi (veja “Um grande molho de Funghi Porcini” do dia 03/06/2007) e me aventurei no molho béarnaise (também sugerido no receitas do mundo). Devo confessar que o béarnaise não ficou bom. Talvez por não utilizar um batedor manual o molho não engrossou e o vinagre não era de boa qualidade dando um sabor um muito ácido. Por isso nem vale a receita, mas tentarei novamente e se acertar certamente dividirei com vocês.
Os vinhos, uhhmm, os vinhos franceses
O grande destaque dessa orgia gastronômica, com a desculpa de explorar a culinária francesa foram os vinhos. Tomamos vários. Sem nenhuma culpa, ordem ou padrão. Tinha que ser francês! De Bordeaux à Borgonha, mas que não tinha necessariamente passaporte ou origem. Eles foram chegando, passando rapidamente pela adega para uma rápida aclimatação e, voilá, goela abaixo! Entretanto, os franceses mudaram. Por vários motivos, especialmente mercadológicos, pois, nos últimos tempos, vários produtores “cocacolizaram” o vinho e criaram um sabor característico para ganhar o pouco exigente, em termos de qualidade, mercado americano. Por outro lado, a arrogância francesa (e italiana) foi desvelada após a introdução das degustações às cegas, a partir dos anos 70, que mudaram as referências sobre os vinhos do velho e novo mundo. De qualquer maneira, cá entre nós: os vinhos franceses continuam excelentes. Com todos os problemas de mercado e adaptação a ele e a emergência dos novos competidores (de respeito, diga-se de passagem), ainda há uma enormidade de rótulos de qualidade. Tivemos algumas gratas surpresas.
Destaque total para o Chateau D’Arcins Haut Médoc (2004). Sensacional. Tinha uma complexidade, mas não era enjoativo. Bouquet fenomenal, notas sutilmente herbáceas. Na boca era pouco frutado, taninos presentes, sem acidez, ou seja, riquíssimo, mas com a simplicidade que desejamos de um vinho. As vezes a exuberância estraga o sabor. Normalmente, eu não me impressiono com medalhas, mas esse tinha uma de bronze. Merecida! No nosso jantar, não ficou por menos, ele recebeu a medalha de ouro (meio brega, né? É também achei, mas essas pieguices me atacam de vez em quando). O importante que durante o jantar acabamos por utilizar um palavrão muito comum para definir esse vinho. Talvez faça vocês entenderam rapidamente a qualidade do vinho. Foi f...
Depois de sobremesa encaramos o bom entupidor de artérias, o petit gateau de chocolate. Claro que começar a falar de uma receita pela parte negativa, pode ser extremamente frustrante, mas não é o objetivo, apenas um lembrete. As frigideiras ficaram, então, na mão de Adriana Globy que me passou as direções para publicarmos. A receita foi adaptada do site do Olivier. Ela derreteu 120g de chocolate amargo picado em uma panela em banho-maria e juntou 100g de manteiga (50 g de sal e 50g sem sal), mexendo até que ficar um a solução homogênea, lisa e brilhante (é realmente muito bonita). Em uma vasilha, foram batidas duas gemas com ¼ de xícara de chá de açúcar até que os ingredientes tivessem bem incorporados. O chocolate foi retirado do fogo e despejado aos poucos na vasilha dos ovos misturados. Mexemos os ingredientes até que estivessem integrados; e por fim misturamos suavemente 2 colheres de sopa de farinha de trigo e uma pouco de castanha de caju triturada (cerca de 30g). Untamos forminhas pequenas, próprias para petit gâteau, com manteiga e farinha e assamos em forno pré-aquecido a 250ºC, por cerca de 7 até 10 minutos. Para servir as tortinhas de chocolate, acompanhamos com o agradável sorvete de creme que foi, ainda, recoberto de uma deliciosa farofa de castanha (farinha, açúcar e manteiga). Realmente depois de tanto vinho foi um excelente revigorante para uma noite de sonhos bons. Merci.
domingo, 24 de junho de 2007
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Um comentário:
As batatas me mataram!!!!!!!!!!!!!!!! Bjs.
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